sábado, 21 de março de 2009

Uma boa conversa na comunidade "Eu admiro o Reinaldo Azevedo"


Onde exponho minha opinião sobre o comentário do Reinaldo de que todas as informações sobre o que ocorria na Faixa de Gaza eram provenientes apenas do Hamas e da UNRWA e que todas as atrocidades israelenses não passavam de obra do departamento de propaganda do Hamas.



12 fev
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Guilherme
Ferrabráz [forista da comunidade],

O Reinaldo argumenta que só havia duas fontes de informação sobre o que acontecia na Faixa de Gaza: o Hamas e a UNRWA e que todas as "atrocidades" de Israel não passavam de invenções e mentiras.

Em primeiro lugar, foi Israel quem impediu a entrada de jornalistas estrangeiros na Faixa de Gaza. É uma atitude estranha vinda de quem alega que evita ao máximo atingir civis e que, quando isso ocorre, é porque o Hamas os usa como escudos. Ora, nada melhor para a imagem de Israel do que permitir que a imprensa mostre todas as artimanhas do Hamas e a conduta irrepreensível das IDF.

Sabe por que Israel impediu a entrada de jornalistas estrangeiros? Porque em 2006, naquela guerra entre Israel e o Hizbullah, a imprensa teve uma certa liberdade e mostrou o que posteriormente foi confirmado por investigações independentes: os ataques israelenses foram indiscriminados, houve uso desproporcional de força e o alto número de mortos civis e a extensa destruição do Líbano não foi por causa do fato de o Hizbullah usar a população civil como escudo: http://www.hrw.org/en/reports/2007/09/05/why-they-died

Esse padrão de conduta de Israel não foi particular à guerra de 2006, mas é o comportamento habitual das IDF nos Territórios Ocupados.

A imprensa também mostrou vários erros dos comandantes das tropas israelenses. Isso foi um desastre para a imagem de Israel perante a opinião pública. Por isso, no ataque à Gaza até os celulares dos soldados foram confiscados para evitar que eles gravassem e divulgassem algo que pudesse prejudicar a imagem de Israel.


12 fev
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Guilherme
Em segundo lugar, não é verdade que as únicas fontes de informação vinham do Hamas ou da UNRWA. Existem jornalistas que já estavam sediados lá em Gaza, pessoal de ONGS de monitoramento dos direitos humanos como Human Rights Watch, Amnesty International, pessoal da Cruz Vermelha e voluntáros estrangeiros, além de blogs, telefonemas e imagens enviadas por mães, médicos, professores e outros civis palestinos que davam seus testemunhos.

Mesmo se toda a informação ficasse apenas nas mãos do Hamas e da UNRWA, seria um erro dizer que tudo o que eles divulgam é mentira. É claro que a guerra ocorre também no plano midiático, mas a verdade é que ambos os lados já foram "pegos na mentira", então nós temos que considerar todo o conjunto de evidências fornecidas pelo maior número de fontes disponível e submeter tudo ao escrutínio da razão.

Seria realmente extraordinário se uma das maiores potências militares do planeta, cujo padrão de comportamento se caracteriza por ataques indiscriminados e com força desproporcional caracterizados como crimes de guerra e contra a humanidade, ao conduzir ataques de grande proporção contra uma faixa de terra com uma das maiores densidades populacionais do mundo, habitada por um milhão e meio de pessoas beirando a indigência, cercadas por todos os lados, sem comida, alimentos, água, energia, e sem a presença da imprensa mundial para cobrir os acontecimentos, não cometesse uma atrocidade sequer!!

Ou seja, a opinião do Reinaldo não só é logicamente inconsistente como não leva em consideração a realidade dos fatos.


12 fev
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Guilherme
Repare que em nenhum momento eu defendi o Hamas ou a prática de lançar Qassams e Grads contra Israel. Não me identifiquei como petista, marxista, nem como formado na área de humanas (como se esse simples fato fosse um atestado de mau-caratismo! Ora, jornalista não é formado em humanas também???), até porque não sou nada disso!

Agora, leia o comentário do Reinaldo e os comentários aprovados por ele e conte o tanto de adjetivos ofensivos foram direcionados a mim, sem que eu pudesse rebatê-los e você vai entender a minha indignação.

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